A relação entre o homem e o cavalo tem raízes profundas na história. A mitologia, por exemplo, representa essa parceria na figura do centauro, um ser metade humano, metade equino. Nas artes em geral e nas pinturas rupestres da pré-história, também foram encontrados registros desta união, que segue trazendo benefícios e ganhando aceitação nas áreas da saúde, da educação e do lazer. A psicóloga Caroline Schneider Xavier, 36 anos, acredita muito nos benefícios dessa convivência.
Em cima do cavalo, a gente se torna um só. É uma relação de troca, de respeito e de carinho. A relação do homem com os cavalos pode ser tão intensa quanto é com um cachorro ou gato explica a psicóloga que, além de apaixonada por esses animais desde criança, também desenvolve um trabalho em parceria com uma fisioterapeuta e um instrutor de equitação no Centro de Equoterapia e Hipismo Andaluz, em Santa Maria.
Há poucos dias, uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Sussex (Reino Unido) apontou que cavalos podem discernir expressões faciais humanas. Para os cientistas, isso acontece porque a domesticação pode ter habilitado os bichos a interpretar o comportamento humano.
De acordo com Caroline, pesquisas semelhantes já haviam comprovado a extrema sensibilidade do animal:
O contato com o cavalo desperta no homem diversos sentimentos, por exemplo, a sensação de potência de dominar um animal de cerca de meia tonelada. O cavalo dá ao homem uma impressão de companhia, de amizade e também o faz compreender limites, pois o animal só faz o que ele quer. Mas o afeto é um ingrediente necessário em qualquer etapa, e os animais correspondem imediatamente ao que eles recebem e sem qualquer tipo de preconceito.
Apoio físico e emocional
Ainda de acordo com a psicóloga, os objetivos terapêuticos da equoterapia vão da mellhora das dificuldades motoras ao tratamento emocional, já que as duas áreas são trabalhadas em conjunto. O método utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação. A intenção é alcançar o desenvolvimento biopsicossocial do paciente. A interação com o cavalo, desde o início, como escovar, encilhar, além do ato em si de montar e manejo final, desenvolvem novas formas de socialização, autoestima e fortalecem o vínculo homem-animal.
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